quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Viajar é preciso.


Existe uma passagem sobre viajar, de Amyr Klink (empreendedor em expedições marítimas e escritor) que eu gosto muito. Ela diz o seguinte:


“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”


Pôr do Sol na praia de Ipanema. 

Eu sempre adorei viajar, mas olhando pra trás percebo que conheci pra valer poucos lugares. Passei boa parte da minha vida apenas viajando para o Rio de Janeiro para matar saudade da família e da cidade. E outra parte dela passei viajando em competições, o que me proporcionou uma maior diversidade, mas que como toda viagem de competição, não me deram a chance de conhecer tanto assim as cidades.

Pois bem, em um fim de ano onde tinha a certeza de que precisava me distanciar de Brasília pra pensar melhor em tudo, passei um mês fora. Fiquei três semanas no Rio de Janeiro, repensando muita coisa e mais uma semana em Maceió, cidade na qual já tinha viajado em competição, mas que precisava conhecer de melhor maneira. Uma certeza apenas eu tinha antes de partir, queria praia, despreocupação com horário e libertar-me das minhas cobranças diárias pessoais.

E aí concordo com a frase de Amyr Klink. E olha que não desbravei nada demais, fiquei em um lugar que conheço bem e que cada vez que viajo pra lá, mais reflexivo fico sobre o que é o bom da vida (tema de futuro post) e  uma outra semana conhecendo praias e pessoas novas.

O resumo disso tudo é que precisamos nos "desequilibrarmos" mais. Sair do conforto, do que já conhecemos e aprender algo mais. Foi um mês de praia, que é algo que faz um diferença notável na minha vida, mas acima de tudo um mês fora do equilíbrio, do normal, do de costume e do que já se está acostumado a viver. Isso me faz repensar quem sou, o porquê de ter me tornado quem sou e como sou fruto das minhas experiências passadas e escolhas pessoais.

E a conclusão disso tudo é: Quero mais! Quero viver mais experiências, quero aprender mais de um pouco sobre tudo. Mas ao mesmo tempo, quero fazer melhor o que faço. Quero cada dia me orgulhar do que escolhi pra viver. Quero aproveitar melhor as pessoas que estão à minha volta e não me fechar para as outras que irei conhecer. Quero deixar a porta aberta e transitar entre diversas culturas, mais leve, menos crítico e me emputecendo menos com o que vejo de diferente do que acredito. 

Pôr do Sol na Praia de Ipioca - Maceió
Quero viajar mais, conhecer novos lugares e fazer do lugar onde vivo, um lugar de reconforto, mas que não me acomode, que possa continuar sendo minha casa onde vou continuar me desenvolvendo e onde irei continuar me preparando para partir quantas vezes mais puder. Viajar faz bem. 

Depois de um ano onde flertei seriamente com o burnout, vejo que sou mais do que no dia a dia nos fazem acreditar que somos. E ser mais me leva a saber que sou pouco no meio de tanta coisa que existe. E quando percebo que sou só um pouquinho no meio de tanta coisa, me tranquilizo mais, paro de pensar nas cobranças de que estamos falhando que nos fazem acreditar e penso que por ser pouco no meio de tanto, sou mais um, com meus sonhos, minhas metas, minhas manias e características próprias. Nada demais, nada de menos.

Há muito tempo não viajava assim pra me libertar de tudo e começar de novo. Nos últimos tempos sempre viajei já contando os dias e o que tinha de fazer quando voltar. E se desligar dessa maneira faz bem. Posso dizer que te deixa pronto pra se dedicar ao que acredita que deve fazer. E é assim que me sinto agora. Pronto!
Pronto pro reinício, pra não acreditar que a dúvida é erro ou sofrimento e pronto para entender que minhas limitações são na verdade possibilidades. Chances reais de aprender, janelas de aprendizagem. E é assim que tenho tentado encarar tudo. Como uma possibilidade de aprender mais.

E por estar pronto é hora de recomeçar.

Se pudesse recomendar algo, diria isso. Cuide-se. Cuide de si.

É hora de voltar com tudo.

Até a próxima. 


 





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